quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Entrevista - Posthuman Tantra

Selvagem, intenso & pós-humano!
Para iniciarmos nos conte quando iniciou seu contato com a música, como foi a migração para o experimentalismo sonoro?

Foi muito cedo, meu pai - Dimas Franco - sempre gostou de música, mas ouvia quase só música erudita. Minha mãe - Alminda Salomão - sempre foi apaixonada pelas cantoras e cantores da chamada "Era do Rádio", e ela canta muito bem, sempre trabalhou cantando durante os afazeres domésticos, até hoje é assim; tem uma voz magnífica que eu até gravei para uma das faixas do álbum "Neocortex Plug-in", do Posthuman Tantra. Mas o meu interesse por criar música só surgiu quando conheci o rock e o heavy metal, no início da década de 80, primeiro com Queen e depois Ozzy e Iron Maiden. Fui fisgado de vez quando conheci Celtic Frost, Possessed e Kreator, eu já desenhava quadrinhos de terror nessa época e vi que aquela música agressiva era a trilha sonora poderosa do grotesco. Comprei um baixo tonante e aprendi alguns acordes, tendo participado de algumas bandas de death e black metal de fundo de quintal em minha cidade natal, Ituiutaba, MG. Aos poucos meu gosto musical foi se expandindo e conheci o rock progressivo, encantando-me com King Crimson, Pink  Floyd e Tangerine Dream, bandas que flertavam com o experimentalismo sonoro. Na primeira metade dos anos 90 conheci a gravadora sueca Cold Meat Industry e passei a ouvir bandas como Coph Nia, Abruptum, Brighter Death Now, Mental Destruction, Arcana, Merzbow e adentrei-me no obscuro mundo da música dark ambient, noise e industrial. Essas múltiplas paisagens sonoras serviram de inspiração para minha retomada da criação musical que aconteceu na segunda metade dos anos 90. 

Quando e qual foi seu primeiro trabalho com musica estranha? Antes do Posthuman Tantra chegou a tocar em outro projeto? Possui algum trabalho em parceria ou somente mantém trabalhos solos?

Fiz muitas loucuras sonoras antes do Posthuman Tantra, e a maioria delas era gravada só com instrumentos e ruídos de origem analógica. O primeiro foi o projeto “Maldoror” (1997) que só teve uma demo em cassete, depois veio o “Mu”, com o qual lancei um CD-demo em 1998, os dois projetos eram solo. Finalmente nasceu o projeto musical “Essence”, baseado em jams musicais realizadas por mim (vozes, baixo e instrumentos estranhos), Gazy Andraus (vozes e instrumentos estranhos), Dênio Alves (vozes, guitarras e teclados), e Anderson Ferreira (percussão); sempre com convidados não músicos que gravavam as faixas conosco tocando gaita, batendo em panelas e coisas do tipo. Gravamos duas demos em cassete com o Essence e dois CDs-demo. Uma das demos foi completamente esculachada pela extinta revista "Rock
Brigade", o que nos alegrou bastante! O crítico disse que nossa música parecia o vinil Umma Gumma do Pink Floyd tocado ao contrário (risos), e falou pra não mandarmos mais aquele lixo para a revista. Obviamente esse projeto era pura diversão entre amigos. Reuníamos-nos nas férias e escrevíamos letras no dia anterior às Jams, aí gravávamos tudo em um take só, sem nenhum ensaio. Era totalmente livre e
descompromissado,  fluíamos o agora sonoro e só. O Posthuman Tantra nasceu em 2004, já com forte influência sonora de minhas experiências com sintetizadores e softwares musicais. Atualmente, além do Posthuman Tantra tenho o projeto "Ciberpajé", nele eu gravo as vozes de meus aforismos e bandas ou músicos convidados criam ambiências sonoras para eles. 

Recentemente o Posthuman Tantra completou 10 anos de existência, em comemoração foi lançado o tributo “Ten Years Of Posthumanity” em CD duplo pelo selo 412 Recordings (Inglaterra). Além desse lançamento pensou em fazer uma tour para comemoração?

Vou falar brevemente desse álbum tributo, pois ele foi uma grande alegria para mim. A proposta da gravadora inglesa 412 Recordings de realizar o tributo foi algo sensacional, uma forma digna e bela de comemorar os 10 anos do Posthuman Tantra, uma das forças pioneiras do dark ambient no Brasil. O selo me deu completa liberdade para escolher e convidar as 14 bandas que integram o tributo. São bandas que admiro
imensamente e ver minhas faixas recriadas por elas para o tributo foi emocionante! O álbum duplo veio em uma embalagem especial de DVD com cards exclusivos criados pelo artista Jorge Del Bianco. A variedade musical é incrível, temos o avantgarde metal do SCIBEX (Brasil), o death ambient experimental do BLAKR (Inglaterra), o dark ambient do EACH SECOND (Brasil) e do NIX`S EYES (Brasil), o noise extremo do GOD PUSSY (Brasil), o ambient atmosférico do DATHURA SUAVOLENS (Brasil), o death industrial do MELEK-THA (França), o black metal técnico e melódico do HIDDEN IN PLAIN SIGHT (projeto de membros da lendária banda black metal MURDER RAPE), o black metal ríspido do LUXÚRIA DE LILITH (Brasil), o ritual ambient do EMME YA (Colômbia), o dark ambient do GORIUM (Brasil), o noise ambient do XA-MUL (Inglaterra), o black ambient do ALDFRITH (Brasil) e o progressivo experimental do ALPHA III (Brasil). Sou grato a todos esses grandes músicos por sua inestimável participação no tributo. No ano passado fizemos 3 apresentações ao vivo do Posthuman Tantra comemorando os 10 anos da banda. Elas aconteceram no “VII Seminário Nacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual”, na UFG, em Goiânia; no “I Congresso de Filosofia da cidade de Goiás”; e no “I Festival Dark do Capim Pub”, também em Goiânia. O Posthuman Tantra em estúdio é uma one-man-band, mas nos palcos somos um grupo, conto com a inestimável participação de minha esposa Rose Franco, a I Sacerdotisa da Aurora Pós-humana, que atuou ao meu lado como mucisista e performer em todas as apresentações da banda. Conto também com o grande figurinista e performer Luiz Fers que está conosco desde 2011 e com o VJ Lucas Dal Berto, além da colaboração de muitos pesquisadores do grupo de pesquisa CRIA_CIBER, que eu coordeno na UFG, eles participam no processo de criação de vídeos e efeitos computacionais, como performers convidados ou filmando e fotografando os shows. No ano passado o Posthuman Tantra alcançou sua maioridade nos palcos somando 21 apresentações que já passaram por 4 regiões do Brasil, só não nos apresentamos ainda na região norte. É uma marca considerável para uma banda de um estilo que é totalmente obscuro e pouco conhecido e ouvido no Brasil. Já tivemos propostas para nos apresentarmos na Europa, mas elas só se viabilizarão se houver o devido financiamento completo da banda, ou seja, o grupo hoje necessita de 5 pessoas para viabilizar as performances, usamos VJ, efeitos de realidade aumentada, mágica eletrônica e trocamos 4 vezes de figurino no palco. Para o show funcionar devidamente é necessário que todos estejam presentes. Mas sei que no momento certo faremos nossa turnê europeia, pois lá é onde se encontra a maior base de fãs do Posthuman Tantra.  

Seus trabalhos são focados em mitologia, ciência, tecnologia e pós-humanidade, algum outro assunto abordado completa o ciclo? Fale-nos um pouco dessas temáticas. 

O Posthuman Tantra é um projeto musical transmídia baseado na “Aurora Pós-humana” - universo ficcional baseado nas possibilidades futuras dos avanços da tecnociência e a possível emergência pós-humana, além de aspectos tecnognósticos desse futuro hipertecnológico. Ele foi criado em 2004 pela necessidade de gerar ambiências sonoras para os meus trabalhos artísticos em múltiplas mídias e acabou tornando-se um novo canal de expressão artística que funde música experimental de base digital, criação de imagens híbridas, vídeos, realidade aumentada e mágica eletrônica. A “Aurora Pós-humana” é um universo ficcional futurista inspirado por artistas, cientistas e filósofos que refletem sobre o impacto das novas tecnologias: bioengenharia, nanotecnologia, robótica, telemática e realidade virtual sobre a espécie humana. A música do Posthuman Tantra procura demonstrar como a tecnologia presa ao mundo cartesiano irá sempre levar-nos ao eterno uroboros (a cobra que morde o rabo) da autocomiseração e autodestruição, mas ao mesmo tempo propõe de forma poética as possibilidades de escaparmos a essa entropia da espécie (tendência à total aniquilação). Isso dependerá da forma como nos desvencilharmos dos velhos paradigmas mecanicistas racionalistas, aliando uma visão transcendente holística da vida e do Universo aos avanços da tecnologia. Sem essa união a tecnologia continuará inócua e atendendo aos interesses egóicos de indivíduos e corporações. Talvez tenhamos ainda a possibilidade de revertermos a tendência entrópica da espécie humana através de nossa produção de conhecimento – a hiperinformação -, só que para isso será preciso recontectarmo-nos à nossa percepção de que somos entidades Cósmicas.  Recriarmos o amor por nossa espécie, amor pelo planeta, amor pela galáxia, amor pelo Cosmos, amor sob vontade. O racionalismo cartesiano afastou-nos desse amor, desconectando o homem da natureza, o resultado é uma técnica/tecnologia sem ética. 

O renascimento como ‘Ciberpajé’: desconexão, desligamento, renascimento e surgimento de um novo espírito xamã urbano, nós explique quando e como tudo aconteceu? 

Primeiro quero esclarecer que o Ciberpajé não é líder de nenhuma seita, ou culto, nem sou guru de ninguém. Continuo completamente averso aos dogmas, ideológicos, religiosos ou de qualquer ordem. É da tradição de várias correntes do ocultismo e do exoterismo o ato simbólico de renascimento que é acompanhado por um novo batismo. No meu aniversário de 40 anos de idade, em 2011, alguns meses depois de ter vivido uma experiência transcendente muito poderosa e transformadora após o uso de um enteógeno, eu estava passando internamente por uma profunda crise de valores e decidi reavaliar minha vida. Através de um sistema ritualístico desenvolvido por mim com base em meu universo ficcional e magicko da "Aurora Pós-humana", em uma contagem regressiva que durou 10 dias, até a data de meu aniversário - 20 de setembro - eu realizei um processo de transmutação selecionando 10 valores que acredito serem essenciais em minha existência. Fixei diariamente cada um desses valores através da criação de um HQforismo por dia (sentença aforística acompanhada de desenho que a complementa). No dia de meu aniversário eu declarei-me Ciberpajé, meu novo nome de ser renascido, e gravei em um único take a faixa "Ciberpajé" que foi lançada como single na web e marcou definitivamente o meu renascimento com bases artístico-ritualísticas, pode ser ouvida no link: https://www.youtube.com/watch?v=8Jc2jjDt7OE . Desde então adoto o nome Ciberpajé e a indumentária desse ser renascido em todos os ambientes que circulo, desde a academia (sou pós-doutor em artes e professor da UFG), passando pelas performances da banda e até em reuniões de amigos. Por que Ciberpajé? Bem, o pajé é o responsável na tribo por conectar as cosmogonias transcendentes à realidade e assim realizar a cura e a transformação, eu percebi que a ação mais nobre e mágica que tenho realizado em minha vida é o ato criativo, sou um criador de mundos e ao criar esses mundos conecto-os à minha realidade ordinária, transformando-a. Criar mundos torna-me mais empático, tolerante e adogmático, assim também desenvolvo mais profundamente o meu auto-amor e a capacidade de perdoar-me por meus erros. Então, como Ciberpajé, meu papel é buscar a minha cura como ser, a aceitação completa do que sou, a minha integralidade, e essa cura vem gradativamente através do processo criativo. O "Ciber" reflete  o fato de que sou um ser do mundo hipertecnológico, da era da conexão telemática e na iminência da chamada pós-humanidade.

Você tem alguns lançamentos como “Ciberpajé” aonde convida músicos a musicarem seus ‘aforismos', inclusive o 6° número da revista “Gatos & Alfaces” trás uma coletânea em CD acompanhado a edição. Qual o intuito dessa junção “música + aforismo”?

Escrevo aforismos iconoclastas que tratam de assuntos múltiplos voltados para a busca transcendente e o equilíbrio interior, esses aforismos têm despertado o interesse de muitas pessoas, publico-os em uma coluna semanal do Jornal do Pontal, que é distribuído no pontal do triângulo mineiro, tenho também uma página no facebook de divulgação deles e um livro está sendo organizado pela pesquisadora de minha obra Danielle Barros, a IV Sacerdotisa da Aurora Pós-humana. O projeto Ciberpajé surgiu de um convite do amigo musicista Genilson Alvez, da banda EACH SECOND e do selo LUNARE MUSIC. Ele teve a ideia de musicar alguns de meus aforismos gravados com minha voz, assim lançamos em 2014 o primeiro EP do projeto, "A Invocação da Serpente", que teve como convidado o EACH SECOND musicando 3 de meus aforismos pré-gravados. Depois disso foi a vez do EP "Lua Divinal" parceria com o GORIUM. Os dois podem ser ouvidos e baixados no site da LUNARE MUSIC: https://lunarelabel.bandcamp.com/ Então, depois da boa recepção desses 2 EPs surgiu a ideia de um projeto mais ambicioso que veio a se concretizar junto à edição de número 6 da revista "Gatos e Alfaces", editada pelo ativista underground Barata Cichetto. Trata-se do CD "CIBERPAJÉ - EGRÉGORA", encartado em 300 dos 2500 exemplares da revista, que tem arte de capa criada por mim, uma HQ e ainda uma entrevista exclusiva de 9 páginas. O álbum tornou-se uma verdadeira egrégora, somando forças de músicos de várias partes do país e do mundo musicando com total liberdade os aforismos pré-gravados com a minha voz. A variedade de estilos, riqueza de melodias e antimelodias que surgiu surpreende, no CD temos desde o blues, passando pelo rock progressivo, pelo heavy metal e chegando a estilos como o dark ambient, o industrial e o noise. Uma viagem sonora pautada pela iconoclastia dos meus aforismos. As 21 bandas convidadas que integram o CD foram: 01 - Posthuman Tantra & Luiz Carlos Barata Cichetto. 02 - Muqueta Na Oreia. 03 – Zemlya. 04 – Blues Riders. 05 - TransZendenZ (Suíça). 06 - Alpha III. 07 – Poolsar. 08 - Each Second. 09 – Gorium. 10 - Blakr (Inglaterra). 11 - Gabriel Fox. 12 - Hidden in Plain Sight. 13 - God Pussy. 14 - Nix's Eyes. 15 - Emme Ya (Colômbia). 16 - Vento Motivo. 17 – Iamí. 18 - ANT[ISM]. 19 - Melek-tha (França). 20 – Kamboja. 21 - Dimitri Brandi de Abreu. E o projeto CIBERPAJÉ continua com muito interesse e o entusiasmo dos convidados, em breve teremos novidades.


Seu mais recente álbum leva o titulo "Lúcifer Transgênico", lançado pelo selo brasileiro “Terceiro Mundo Chaos”, radicalmente trata-se do fim da espécie humana. Fale um pouco do tema abordado?


Hoje sabemos através da mídia que 66 hipermilionários donos de megacorporações multinacionais detêm mais da metade das riquezas do planeta. Essas mentes egóicas, apesar do poder que já possuem, continuam destruindo Gaia e cobiçando mais em uma sanha individualista e horripilante. Infelizmente, o fato mais dramático e desastroso é sabermos que a grande maioria da população gostaria de estar no lugar desses salafrários. A venenosa doença do poder, do ego, do egoísmo, da ostentação dominou a quase totalidade da humanidade. Segundo um dos maiores cientistas e pensadores da nossa era, o biólogo e climatologista inglês James Lovelock, estamos à beira do colapso de nossa espécie, pela devastação e aquecimento globais, e nos próximos 25 anos vastas regiões do planeta se desertificarão, tornando-se inabitáveis. A história conceitual narrada no CD “Lúcifer Transgênico” fala de toda essa autodestruição do humano, que inocentemente acredita que destruirá a vida no planeta. Entretanto não vejo dessa forma, creio na recuperação da Terra. Em minha narrativa, Gaia se recompõe, e através de um processo de transgenia cósmica gera uma nova espécie consciente, dessa vez – portadora da luz astral – a espécie luciferiana que ocupará o lugar dos humanos em um planeta renovado e equilibrado, onde ainda existirá a violência natural, mas não mais a crueldade. Esse conceito gerou as 6 letras e a partir delas concebi os climas e atmosferas que queria para cada uma e parti para a composição. O CD traz 6 músicas de 6 versos e 6 minutos cada; é o primeiro álbum totalmente gravado em português pelo Posthuman Tantra. Recentemente lançamos o primeiro videoclipe do álbum, com a faixa “Ato IV – Enterro Cósmico”, o trabalho foi uma parceria entre C.N.S. (Nix’s Eyes) e eu e pode ser visto no link (incluindo legendas em inglês e português): https://www.youtube.com/watch?v=uz1PamQ9aRk   


Possui trabalhos previstos para o futuro? CD's, tape, vinil, DVD, split, zines, shows, etc. 

Nesses 11 anos de Posthuman Tantra, gravei mais de 30 horas de música espalhadas em inúmeros CDs, EPs, splits, coletâneas, edições especiais, net labels, etc. Tenho trabalhos lançados nos 5 continentes do planeta. Já produzi mais de 10 videoclipes oficiais da banda e realizei 22 performances ao vivo. E o que digo é que o Posthuman Tantra está só começando! Tenho planejados já uma edição inglesa do álbum "Lúcifer Transgênico", um novo álbum para 2016, e um EP especial só com convidados. 2016 também reserva uma surpresa especial para os interessados pelas performances ao vivo do Posthuman Tantra, aguardem. Estamos vivos, selvagens e intensos!

Agradeço sua colaboração e paciência, obrigado por contribuir, o espaço é todo seu, sinta-se livre.

Agradeço-lhe o nobre espaço e a instigante entrevista! Convido todos a visitarem o blog "A Arte do Ciberpajé Edgar Franco" para saberem mais
sobre o Posthuman Tantra e minhas criações artísticas nas múltiplas mídias: http://ciberpaje.blogspot.com.br/ Fecho com um de meus aforismos: Execro toda a maquiagem desse mundo, os sorrisos programados, os discursos decorados, as  roupas que uniformizam, os olhos cansados por não serem, a ladainha vitimista de idiotas bem alimentados. Os ambientes assépticos repletos de energias torpes de mentes ególatras, os mercedes que atropelam cães sem nenhum remorso, as putas veladas que cobram por prestígio. Os jogos cínicos de poder nos corredores das repartições e nas esquinas de todos os lugares, a imundície dos corações que há tanto esqueceram a pureza da compaixão. E mesmo dentre as multidões sinto a beleza de minha solidão cósmica, a solidão de um Lobo Selvagem sem matilha, que se entorpece com a beleza das estrelas, que se alimenta com a majestade do alvorecer, que tem como companhia nas noites luminosas a frondosa Lua, mas que também segue impetuoso nas noites sombrias. Eu sou! (Ciberpajé) 

Responda rápido!

Noise Rítmico ou JunkiePlugs?
Noise Plugs!

Analógico ou Digital?
DigitAnal!

Materiais físicos ou Netlabel?
Sou atávico, ainda prefiro o físico. É como sexo selvagem, só é possível com uma parceira de carne e osso, nada de simulações digitais. Quero ainda ver um vinil do Posthuman Tantra!

Sertanejo clássico ou Sertanejo universitário?
A chamada música de raiz tem algumas obras maravilhosas, destaco, sobretudo, a poesia telúrica de Tião Carreiro. Isso que chamam de sertanejo universitário é lixo completo e absoluto, sem exceções. 

Split ou Álbuns Solo?
Valorizo-os da mesma forma.

Policia ou Ladrão?
Os dois são apenas faces da mesma moeda de um mundo fora do centro,
hipercapitalista, hipertecnológico, hiperindividualista.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Purgist - Bleak Prospects



01 - Pacing in Denial
02 - Unsheltered
03 - Proud Misleader
04 - Serene, Dissociated
05 - Afterglow
06 - Pieces Won't Fall Back in Place
07 - I Really Try
08 - Never Enough
09 - Violet in White
10 - Bleak Prospects

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5E7H - Intercursos Animalescos



01 - Intercursos Animalescos 01
02 - Intercursos Animalescos 02
03 - Intercursos Animalescos 03
04 - Intercursos Animalescos 04
05 - Intercursos Animalescos 05
06 - Intercursos Animalescos 06

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Szbutä Soröh - Vaginal Yantra Meditation



01 - Vaginal Yantra Meditation

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Evur - Micura



01 - I
02 - II
03 - III
04 - IV
05 - V

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God Pussy - Live Performance, FIME



01 - Live Performance - FIME

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Laboratório de Sons & Ruídos - Manual Prático de Surtos Emergenciais



Manual Prático Para Perturbações Mentais

01 - Gnomo Psicose (Chá de Cogumelo)
02 - Acido V (Speed Ball)
03 - Vodica (99%)
04 - Crack

Medicamentos - Sonoros Emergenciais

00 - Lexotan
01 - Ritalina
02 - Morfina
03 - Rivotril
04 - Efeito colateral
05 - Gadernal
06 - Neurolépticos

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Valmir - HNW

Pedreiro Valmir
Valmir é um servente de pedreiro que se envolveu com o Harsh Noise Wall devido a observação do som das máquinas nas obras das quais ele trabalhava. Ele começou a gravar alguns sons de vez em quando em seu celular, mas muitas vezes ele mesmo pensava que aquilo era uma maluquice dele. Ele nunca imaginou que existissem movimentos de noise e de HNW. Com um tempo ele descobriu que era possível transferir os sons para o computador e aplicar diversos efeitos, porém de todos os efeitos, os que ele mais gostava eram os que deixavam o som mais grave, granulado e mais áspero ainda. Empolgado com os resultados, começou a pesquisar na internet sobre ruídos e acabou conhecendo o Harsh Noise e o HNW (do qual ele sempre se identificou mais). Feliz por ter descoberto que existem movimentos e muitas pessoas que apreciam esse tipo de som, ficou empolgado e decidiu criar um projeto de HNW que leva o seu nome. Com a ajuda de um vizinho, agora ele tem seus sons divulgado pela internet...

Tudo sobre Valmir e mais um pouco: http://valmir-hnw.blogspot.com

CLC - We Hate Noise



01 - Rosenta (By Jonh M. Miller)
02 - Rehearsal for the missing wheel
03 - Skeleton grate and few drop, part 1
04 - Skeleton grate and few drop, part 2
05 - Not only if you fall ...
06 - Empty gaze
07 - Thirsty man symphony
08 - B/W Ritual
09 - The others
10 - Retour à la case départ

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Caos Sonoro - Our Minds Rotten



01 - Corrosion Of Power
02 - Fuck Can do Anything, Everything is dead
03 - Our Corpses In The game of death (End Of Game!!!You are Dead Part-I)
04 - Unknown Album
05 - Unknown Album
06 - Unknown Album
07 - Unknown Album
08 - Unknown Album
09 - Unknown Album
10 - kadaver in decomposition
11 - Unknown Album
12 - A momentof Clarity

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