sábado, 7 de fevereiro de 2015

Entrevista - A Espiral de Bukowski



Para iniciarmos nossa conversa, apresente o projeto e nos diga quem teve a idéia inicial de montar o DUO?

Cesar: A Mariana toca Casiotone com pedais de guitarra, acordeão, escaleta, flauta, percussão e voz. Eu uso sintetizadores, sampler, sequencer, loop station e processador de efeitos. Desde que nos conhecemos veio a vontade de tocarmos juntos!


Como surgiu o nome do projeto, quem batizou, e o que ele representa a vocês? 


Cesar: A Mariana queria chamar o projeto de Espiral, mas pesquisamos e já existem grupos com esse nome... Eu vinha (e ainda estou) numa fase de muito interesse por cosmologia e filosofia, então inventei uma função contínua para o velho safado, nos moldes de Fibonacci, hehe.

Atualmente a AEdB, vêm realizando bons lançamentos e participações em eventos de musica experimental , além de buscar ajuda para lançar um material em vinil, vocês possuem planos de tour futuramente?

Cesar: Em 2013 fizemos uma turnê com 11 apresentações em cidades do sul do Brasil, Uruguai e Chile. Tivemos apoio do MinC inclusive. Vontade de sair em turnê não falta, mas precisa conciliar com nossas férias...

Bem extenso o currículo de ambos na musica, poderia dizer quando foi o primeiro contato com a cena musical experimental?

Cesar: Meu primeiro contato com a música experimental foi quando me apaixonei por Velvet Underground ainda na adolescência. Mas foi somente por volta de 2009 que comecei a me aproximar cada vez mais. Já a Mariana eu não sei, acho que foi em 2012 com AEdB mesmo, hehe.

O que vocês costumam ouvir e quais são ás influências do AEdB?


Cesar: Escuto coisas muito diferentes umas das outras, experimental, indiepop, dub, chorinho, kraut, música folclórica, shoegaze, bebop, eletrônica, rock... A Mariana gosta muito de escutar indiepop, indierock, Clube da Esquina, entre outras coisas. As maiores influências d'AEdB são as produções de Hawkins, Sagan, Dawkins, Einstein, King Tubby, Charlie Parker, Conny Plank, e os músicos experimentais que se apresentaram no EC Walden, como por exemplo Jobson Phelps, Objeto Amarelo, A Full Cosmic Sound, Rumbo Reverso, el diablo és un magnifico, Cadu Tenório, Dub Cavera, Chinese Cookie Poets, o pessoal do Ibrasotope, entre outros grandes músicos.


Utilizam de diversos recursos para gravações de campo, cada performance existe algo novo, uma surpresa aos ouvintes, os loops funciona de forma única e harmônica, como funciona a rotina antes de cada show? Existem ensaio ou vocês mantém uma performance livre, deixam que as freqüências trabalhem de forma livre?


Mariana: É sempre livre, nunca ensaiamos. A sensação de liberdade que a música improvisada possibilita é indescritível! É sempre uma viagem diferente e os percursos são livremente desenhados. Confesso que não foi tão simples no início, ainda mais porque minha formação musical foi baseada em canção, compunha músicas melódicas, com métrica determinada e bastante ensaio. De repente me vi com diversas coisas nas mãos: teclado ligado em vários pedais; acordeon, flauta e escaleta sendo microfonados e sampleados pelo Cesar. Senti como se estivesse com um papel em branco e vários lápis de cor nas mãos. Ouvi o Cesar tocar e aí peguei um lápis, fiz um traço aleatório, peguei outro (de outra cor) e fiz outro traço, daí soltei a mão e foram aparecendo curvas, formas, sombras etc. etc. etc. Somos "desenhadores" de frequências livres, hehehehe.


Vocês eram os responsáveis pelo ‘Espaço Walden’, até o momento ele está em pausa, possuem interesse retorna as atividades com o local?


Mariana: Sim, éramos; e sim, possuímos interesse em retomar as atividades. Mas queremos fazer isso de outra maneira. Por enquanto é só sonho mesmo, estamos com outras coisas na frente.


Que tipo de público vocês gostariam de vê em suas apresentações?

Mariana: Gostaríamos de ver crianças, adolescentes, jovens, adultos. Pessoas carecas e cabeludas, altas e baixas, com e sem bigode, de todas as cores, de todas as formas.

Obrigado por sempre contribuir com a ‘Dissonance From Hell’ e por sempre nos proporcionar bons materiais, sintam-se livres para agradecer, reclamar, pedir ajuda, fazer apelo, etc... Enfim o espaço é de vocês!


Cesar: Ficamos muito contentes com a entrevista. Por favor colaborem em nossa campanha de crowdfunding para podermos lançar nosso disco físico, aqui: http://www.kickante.com.br/campanhas/aedb-o-disco-da-espiral-de-bukowski Valeu!


Responda rápido!

Noise Rítmico ou JunkiePlugs? Eu diria 40% x 60%. Tentamos soltar as amarras e seguir um fluxo instintivo mas mesmo viajando um pouco de consciência/racionalizado acaba "escapando" para o som, hehe.
Analógicos ou Digital? Usamos preferencialmente analógicos, mas nada contra digital.
Materiais físicos ou Netlabel? Ambos ajudam.
Sertanejo clássico ou Sertanejo universitário? Carreiro e Pardinho.
Split ou Álbuns Solos? Até agora participamos somente em splits, agora teremos nosso primeiro álbum solo físico.
Policia ou Ladrão? Polícia desmilitarizada. Quando houver menos desigualdade social e os ladrões ricos começarem a pagar pelos seus erros quem sabe perguntas como esta se tornarão menos atraentes.

Boxers - How Could an Angel Break my Heart



01 - How Could an Angel Break my Heart 1
02 - How Could an Angel Break My Heart 2

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Zeno Mainardi @ Modular.Br Circuito Eletrônico 2014



01 - Untitled

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DJ Kaos/ God Pussy - Rusty



01 - First Taste
02 - Collab 2 DJ KAOS RMX 2013
03 - Invasion Rmx6
04 - Cyboresis Rmx  Murder2nd
05 - Mashup 2013 001
06 - Mashup 001
07 - Cyboresis Rmx - Dj Kaos Final Noise Mix
08 - Mashup 001
09 - Untitled 01
10 - Untitled 02
11 - Untitled 03
12 - Untitled 04
13 - Live @ Estúdio Hanoi

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Dranois7 - Transvirtual



01 - Fuga
02 - Não Esconda-se
03 - Morte Adiada
04 - Música Para Astronautas

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Delectation - Warming Times EP



01 - Feminismo de Cu é Rola
02 - Cybernoise
03 - ENEM
04 - E.A. Cover
05 - Pode Confiar
06 - Pseudo Lésbica

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Blackphone666 - Guidance × Guidance



01 - Fatman's Dope
02 - Riddim Posse

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GEXS - Brinks - Live 2014



01 - Live in São Paulo - ENCuN
02 - Live in Vitoria - Fabrica Lab Infinitas Part. 1
03 - Live in Vitoria - Fabrica Lab Infinitas Part. 2

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Most Holy Death - Forsake Your Blood



01 - Caravan of Ghosts
02 - Forsake Your Blood
03 - Dead Seeds
04 - Claw Yourself Out

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Questionário - Ecoute La Merde


- Quando foi o seu interesse na área de música, e como foi seu primeiro contato com a música do ruído? 

Olá Jhones em primeiro lugar, obrigado pelo seu interesse. Bem, eu comecei a estar interessado na música aos 10 anos de idade, com o meu pai me dando seus velhos cd de hard rock (Deep Purple, Led Zeppelin, Van Halen ...) então eu cresci, descobrindo materiais mais duros, como o Black Metal, Grindcore ... E indo mais fundo no underground, estava em contato com ‘Human Circus Records’ e consegui obter todos os seus lançamentos em tapes, isto me fez entrar em contato com o barulho, porque o proprietário do ‘Human Circus’ era guitarrista no Vulgar Nausea e faz harsh-noise com Ekunhaashaastaack (agora ele trabalha com selo Stockroom Records). Decidi começar a fazer barulho com o nome de ‘Infected Fungus’ em 2004. Era um projeto totalmente digital, parei com o projeto quando cheguei até os pedais, então nasce o ECOUTE LA MERDE e com um tempo inicio o selo 'Underground Pollution Records', em reuniões na cena ruído francês, eu comecei a fazer bandas: Meilsnaar (drone trio) - Adolf Shitter (noisecore trio) - Flunitrazépam Halopéridol (harshnoise duo) - Coca Kolkhoze (power electronics duo) - Colabo clinique (experimental duo) - Merdata  (VHS experimental colagem em dupla com artista sérvio Srdjan Eftimovski).

- Sua opinião sobre os álbuns de libertação constantemente sem intervalos? Dificulta ou ajuda o artista? 

Eu acho que a qualidade não é a mesma.

- Você prefere lançar materiais físicos ou virtuais?

A conexão com o som não é o mesmo, então somente físicos. É importante para mim gravar em formatos somente analógicos, preferência em tapes e rolos de fita.

- Tocar ao vivo, como funciona? há um processo seletivo de escolha ou taca o foda-se e deixe ás frequências trabalharem?

Tocar ao vivo é sempre uma fonte de ansiedade. Eu tento fazer algo diferente de cada vez, o que significa mudar constantemente todas as fontes e da abordagem. Somente a destruição que será constante e o curto tempo de reprodução (máx.8 min) de muita intensidade.

- Suas influências, quais são?

Cena de ruídos: Inglês, Italiano e Russo, fui fortemente influenciado por ‘Turgid Animal Records’ e minha primeira turnê na Rússia. posso citar alguns: Mutant ape, Filthy turd, Green Mist, Skullflower, Fecalove, Splinter vs Stalin, Nascitari, Poseitrone, Venta Protesix, Rage Against The Sewing Machine, Indch Libertine, Monopolka, Glasberg, Post-Materialist, MAAAA, ...

- Um álbum em que devemos ouvir antes do mundo acabar?

Qualquer material do Incapacitants!!

- Obrigado por tomar o tempo para este questionário, sinta-se livre para deixar sua mensagem.

Obrigado pelo seu interesse em minhas atividades. Ecoute La Merde é o som do sentido anti-psiquiátrico.