domingo, 2 de novembro de 2014

Entrevista - VICTIM!



Para iniciar, o que esse nome representa para você, porque escolheu?

Hum, acho que pra responder essa vou ter que me alongar um pouco e contar como tudo começou, vamos lá: Há muitos anos quando graças a internet descobri e passei a me interessar por noise - pelo que considero a porta da frente o early-industrial e o japanoise -, fui sendo apresentado a outros rótulos que me deixaram perplexo, entre eles um em especial - power electronics. Descobrir aquilo foi tão impactante que queria inserir minhas experiências ali de alguma forma mas ainda faltava know how, coragem e idéias concretas. Na época gravei vários esboços que ninguém nunca ouviu e nem ouvirá. Era uma época em que existia um certo tabu, era uma espécie de "clubinho secreto idiota" de quem ouvia aquele tipo de som - e algumas pessoas se negavam inclusive a compartilhar os albuns que tinham na internet pra outros usuários, era dificil demais arrumar certas coisas em mp3 -, minha amizade com o Thiago Miazzo(Meu parceiro de TOC label e Gruta) começou nessa época, mas eu ainda era mais timido que ele, ele já publicava as demos que gravava, eu não. Nessa época anotei muitas idéias baseadas num certo clichê de querer mudar o ponto de vista, como você bem sabe muitos discos clássicos do gênero utilizavam a mítica e até mesmo a visão do assassino, de assassinos reais. Tive a inocente ideia de pegar o lado da vitima . Com o tempo passei a achar bobo o nome e as idéias. Algum tempo depois percebi que o nome continuava vivo quando eu reclamava do stress das nove horas de expediente e das outras três horas que passava no trânsito pra chegar em casa, fora o tempo de ida que era quase o mesmo.
Nessa mesma época de expedientes massivos de trabalho e quase tempo nenhum de sobra gravei vagarosamente o primeiro registro oficial do projeto e veio a coragem de dar uma pitada mais pessoal no todo. Com tudo pronto, inclusive a arte, olhei pro nome e achei que ele deveria ficar. E continua até hoje, não sei se gosto dele mas acho que não importa mais se gosto ou não, ele ainda parece fazer sentido.
VICTIM! A exclamação e as maiúsculas acabaram aparecendo pra diferenciar de alguma forma pois já existiam um milhão de bandas de metal e afins com o mesmo nome.

Suas atividades com selo, projetos, organização do "festival de ruído", você considera um elemento chave para alguns afazeres underground?

De forma nenhuma. Não me considero elemento chave, outras coisas aconteceriam e acontecem sem mim e é assim mesmo que tem que ser. Acredito que se eu parasse tudo hoje não seria lembrado por muito tempo. Eu só estou aqui e faço as coisas até onde consigo e confesso que ultimamente, por limitações financeiras, tem ficado ainda mais complicado. As vezes os festivais e shows dão prejuízo, os lançamentos físicos do selo idem - é o principal motivo pro VICTIM! ter, desde o ano passado, focado em lançamentos físicos por selos de fora do país. Pois dessa forma consigo lançar num formato que considero ideal - k7 na maioria das vezes -, sem gastar nada com isso e a maior parte das cópias ficam lá onde são, de fato, vendidas. Recebo de fora poucos exemplares de cada lançamento, e são o suficiente pra vender aqui numa boa sem ficar com nada encalhado.
Enfim, as dificuldades tem crescido mas acontecem coisas boas também, alguns shows rendem bem hoje em dia. Tem surgido vários selos que prometem, lançando material físico muito bem feito inclusive. Parece que estamos começando a construir uma "cena" legal e viável. Vamos ver se o público vai chegar junto, acho que é a única coisa que falta, o público assumir certas responsabilidades extra-virtuais.
Mas é isso, é um processo. Pra continuar tem que ter muita vontade.

Além do Power Electronic/ Harshnoise você possui outros projetos que soam de uma musicalidade menos barulhenta e intensa, quando surgiu a idéia de criar algo mais brutal e extremo como o Victim?

Minhas primeiras lembranças gravando sons datam de quase 15 anos atrás. Adolescente cujo a familia adquire o primeiro computador lixo no final dos anos 90. Eu gravava ruídos com um violão que um tio passou pra mim, o detalhe era a sonoridade desse violão, ele tinha dois grandes buracos tapados com durepox, então era impossível tocar ele de modo formal, passei então a tentar montar coisas gravando os sons das cordas sendo esmurradas e criando colagens com isso, gravava também os sons do ambiente que me cercava, de dentro de casa até onde o cabo do microfone do computador chegava, logo acrescentei as fitas k7 ao todo. Era inocente e não conhecia nada. Com o passar dos anos depois de algumas experiências frustradas com bandas punk e quase punks e gravando em casa esboços que não mostrava pra quase ninguém tive a idéia de gravar um disco com convidados, assim nasceu o Sobre a Máquina, que foi o primeiro projeto meu que acabou sendo levado a sério como banda.

No Sobre a Máquina desde o principio agreguei gravações de campo, percussão em sucatas, elementos que uso e desenvolvo até hoje. Acho que os desdobramentos "mais musicais" os quais você se refere surgiram depois do VICTIM! e não antes, quando passei a acrescentar minha linguagem em músicas de outras pessoas ou a colaborar mais com outros músicos. O VICTIM! apesar de ter tido um primeiro lançamento oficial mais tarde que o Sobre a Máquina e que outros projetos ainda mais antigos como o Ceticências, é um projeto que desenvolvo há muitos anos, nasceu antes de todos, só demorou muito pra que eu sentisse segurança em expor. Acho importante mencionar que eu gosto muito de tocar com outras pessoas, desenvolvi um apreço enorme pelo improviso livre, é uma linguagem que desenvolvo cada vez mais, mas o VICTIM! pra mim representa isolamento, dificilmente lançaria algo em conjunto com esse projeto. Posso vir a mudar de idéia no futuro, mas por enquanto esse limite não vai ser ultrapassado.


Suas influências, quais são?


Eu prefiro citar discos do que nomes ou rótulos, citei alguns rótulos nas respostas anteriores pois não dá pra negar que eles ajudam na organização as vezes mas nesse caso prefiro voltar a atenção pros discos que deram nós na minha cabeça, me fizeram querer pôr a mão na massa e me influenciam até hoje. Vou citar 8, acho um bom número:


Whitehouse - Great White Death 
Evan Parker, Derek Bailey e Han Bennink - Topography of The Lungs
SPK - Information Overload Unity
Prurient - History of Aids 
Albert Ayler Trio - Spiritual Unity
Einsturzende Neubauten - Kollaps
Peter Brotzmann - Nipples
Merzbow - Venereology  

Você tende sempre inovar conceitos nos álbuns, o tom de brutalidade se renova á cada material, transformando uma densa camada experimental, de fato isso é proposital ou consequência do conceito escolhido?

Eu levo os conceitos bastante a sério dentro do VICTIM! Como cada trabalho acaba entrando de cabeça em uma temática diferente do anterior, novas possibilidades pra ilustrar vão surgindo. Estamos sempre em movimento, nossa percepção vai mudando, acaba sendo um movimento natural.

Performances, álbuns, tour ... O que há de novo, possui algum lançamento recente ou algo no forno?

Tem algumas coisas pra sair, sabe como o relacionamento com os selos as vezes funciona né? Você entrega o disco pronto e ele só sai um ano depois com os atrasos todos, normal. Tem discos pra sair, performances rolando, coisas novas sendo gravadas, o de sempre.


Obrigado por contribuir com suas idéias, o espaço é seu para desabafar, me xingar, conquistar os meninos e meninas, sinta-se livre ... Não se esqueça "MATURIDADE!!".


hahahahaha, eu gosto de você cara. Continue assim.



Responda rápido!

Noise Rítmico ou Junkie Plugs? Se eu sentir firmeza no que está sendo feito e/ou em quem está fazendo, tanto faz.
Analógicos ou Digital?  os dois.
Materiais físicos ou Netlabel? Nossa realidade aqui no Brasil me faz dar muito valor aos netlabels mas é claro que vou preferir sempre ter o disco nas mãos quando for possível.
Sertanejo clássico ou Sertanejo universitário? Passo
Split ou Álbuns Solos? Ambos apesar de ainda não ter topado pedidos pra split com o VICTIM!
Policia ou Ladrão? Copiando a resposta do Mario, nenhum.

NO BULLSHIT - A Sonic Tribute to Zbigniew Karkowski



Pieces created by friends of the late Zbigniew Karkowski using his music / noise Compiled between December 2013 and February 2014. Initiated and coordinated by Francisco López.

01 - Tito Diaz  -  no title
02 - Pablo Reche  - zbig
03 - Anla Courtis  - ZK Sound Monolith
04 - Francisco Meirino - Reverse The Elasticity Of Electrostatic Points
05 - Eric Mattson - ZK12[power] in 2mn
06 - Strom Varx - infinie
07 - MAZK- untitled mix
08 - Thomas Bey William Bailey - kokoroZashi
09 - Antoine Chessex - irrepressible
10 - EVOL - Wakikizek Browsing
11 - He Felt His Body Divide - California Is Full Of Nerds
12 - Una Lee & Peter Wullen - Mutations
13 - Seitz  - Frigos
14 - Gx Jupitter-Larsen - Zbigniew Tribute
15 - John Duncan - SHATTER
16 - Carl Michael Von Hausswolff  - Still Through The Door
17 - Leif Elggren - For Zbigniew
18 - Jorge Castro - Para-Z
19 - Eric Lanzillotta - Recompression
20 - Daniel Menche  - He was One and Many
21 - Francisco López - untitled#316 [for Zbigniew Karkowski]
22 - Rubén García - L'entendement, une maladie
23 - Francisco Ali Brouchoud -  Spandrel (for ZK)
24 - [ruidobello] - OdeZKi
25 - JGRUU - To roll one's eye
26 - Chop Shop - Electrostat
27 - Joachim Montessuis - and the jungle rotted in his fingers
28 - Amy Denio - Ice Walk
29 - Domenico Sciajno - GooZby
30 - Milos Tatarevic - no title
31 - Ilios - Kelkajn Fortajn Muziko (vol.2)
32 - Le Dépeupleur - Uniformly Luminous
33 - Peter Rehberg - For Zbig
34 - Brian O’Reilly -  change and uncertainty for ZK
35 - Jorge Haro - 06 (2003)
36 - Gen Ken Montgomery - Karkowski Live
37 - Xopher Davidson - Alogos, for Zbigniew
38 - Destruction Des Animaux Nuisibles - for Zbigniew
39 - Michael Gendreau  - ZK20140223
40 - Gil Kuno - Uchico
41 - Phill Niblock - Bells & Timps
42 - Marcus Schmickler - 120’44600on120’40216 (for Z.K.)
43 - Industria Masoquista - Nostalgia [my hidden feelings...]
44 - Robert Piotrowicz - Zimny Poznan
45 - Dennis Wong - Index of Noise Part 1
46 - Darío Moratilla - ZK...zK....ZK.....zk....zk
47 - Manongo Mujica - Ceremonia para Nadie
48 - Scott Arford - Untitled (ElectroStatics)
49 - Jorge Vicario - None
50 - Michael Mykola Haleta - Memories From Baltimore, DC, London and Hamilton
51 - Cal Lyall & Manuel Knapp - Bad Bye Ike
52 - Dickson Dee - no title
53 - Zeitkratzer - Zeitkratzer's Farewell to Zbigniew
54 - Aquiles Hadjis - Tuning 3 drums with fire
55 - Gustavo Serpa - Divide by Many
56 - Piotr Grygor - ZK memo
57 - Damion Romero - 170358
58 - Christophe Charles - Karkowski in Amazonia
59 - Robert B. Lisek - Thorium
60 - Naut Humon - Severed Seconds
61 - Luis Marte - Serie Voces - Zbigniew Karkowski
62 - Marek Choloniewski - Blink
63 - Chrs Galarreta - Z-bug (Virtual Machine Errors)
64 - Anton Lukoszevieze - Book of Breathing
65 - Eduardo Imasaka - fulloff
66 - Komora A - the last wave
67 - Massimo Pupillo - amazonian night impro (with too many crickets)

Digital Album

Zbigniew Karkowski

God Pussy - Nativos



De uma lastimável fraude histórica de fatos omitidos, os impostores, usurpadores e falsos imperialistas através de sua incurável e perpétua doença da ganância e soberania, aonde se fizeram presentes nas terras sem muros e dinheiro. Assim afetando o estilo de vida natural dos nativos, no qual habitavam descalços sobre os solos, os que caçavam para suprir suas necessidades alimentícias para manter sua sobrevivência e às dos seus familiares e tribos, esses invasores devastaram toda terra e infectou nosso habitat massacrando ás linguagens e cultura indígenas.

"O nosso maior patrimônio é a nossa terra, que é sagrada para nós. As matas onde os nossos antepassados foram criados. De onde temos os valores e nossas riquezas, onde tem árvores frutíferas que servem para a nossa alimentação saudável, plantas medicinais que curam, onde tem caça e peixe. É onde encontramos a matéria prima para a confecção de nossos artesanatos. É na mata que achamos de tudo para sermos verdadeiramente felizes."

Trecho extraído "Somos Patrimônio".

01 - Toantes Part 1
02 - Toantes Part 2
03 - Toantes Part 3
04 - Toantes Part 4
05 - Toantes Part 5

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Lançado por kovorox Sound.

Oficial web-vídeo da faixa "Toantes Part.5" edição caseira, confiram:


Caos Sonoro - I Believe In Chaos



01 - Necrose I
02 - Necrose II
03 - Life And Death
04 - Marching To Hell
05 - In The Valley Of Death
06 - I Believe In Chaos
07 - The End Of A Race

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Misantropskia - Electro Choque Terapia



01 - Sessão de Electro Choque
02 - Corredores da Agonia
03 - Remorso Póstumo

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Posthuman Tantra - The Reconnection: Werewolves Touching the Cosmos / Official Video

Posthuman Tantra acaba de lançar o videoclipe de inspiração ocultista. O videoclipe oficial para a faixa "The Reconnection: Werewolves Touching the Cosmos", do álbum "Biotech Werewolves"( 412Recordings - Inglaterra) já está on-line. O vídeo é inspirado pelo "posismo", um dos princípios da magia ocultista de Paschal Beverly Randolph, readaptando a gestualidade para o contexto de reconexão com a natureza e o cosmos proposto pela música e pelo sistema mágico da "Aurora Pós-humana", desenvolvido pelo Ciberpajé. A obra, uma produção independente de baixo custo filmada na cidade de Goiás.



Direção Geral: Ciberpajé (Edgar Franco) & Luiz Fers.
Direção de Arte: Ciberpajé (Edgar Franco) & Luiz Fers.
Edição: Luiz Fers. Figurino: Luiz Fers.
Apoio logístico: I Sacerdotisa da Aurora Pós-humana Rose Franco, Amanda Caroline Darc'Kness & Lucas Dal Berto.
Locações: Cidade de Goiás, GO.
Uma produção do grupo de pesquisa CRIA_CIBER, da FAV/UFG. Brasil - 2014.

5ebuts - El Peligroso Retorno De 5ebuts



01 - En La Gran Sala
02 - ¡Por Qué Así Debe Ser! Estrenémonos A Morir.

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Enxame/ Natural Nihilismo/ Carrion Black Pit - A T M O S F E R A



01 - Os Valores Estão Invertidos
02 - ___________________
03 - At Most Fear (Drown)

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COJAA - No Sense Makes Sense



01 - Innerdeath
02 - Insônia e Agonia
03 - Open Psycho Mind
04 - Pesadelo Didático
05 - Pesadelo Didático PT2

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The Implicit Order - Compiled Again (1992​-​2012)



01 - Wild Talents
02 - The Dirty River
03 - Cradle Loop
04 - Rock Soft
05 - The Pyx
06 - 7 Types Of Ambiguity
07 - Trip Nowhere
08 - Catawampus
09 - On His Own Time
10 - Born Poor
11 - She Beats Me Hard
12 - Big Brothers Satan Rock
13 - Blue Iris Versus Angelique
14 - Easy Reference
15 - Still He Kills
16 - The Past Is Very Beautiful
17 - In Spring, A Tiny Man Drinks From A Cool Mountain Spring (2012 Remix)

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